A cultura contemporânea transformou a reação imediata em hábito e, pouco a pouco, também em virtude. Muitos acreditam que a maturidade intelectual se mede pela quantidade de posicionamentos emitidos.

Porém, a opinião filosófica não nasce dessa urgência contínua. Ela exige repouso interior, atenção ao real e uma mente que aprendeu a resistir ao impulso de responder antes de compreender.

É comum, ao percorrermos perfis de filosofia nas redes sociais, encontrarmos influenciadores emitindo opinião filosófica diante de cada acontecimento considerado relevante.

Não há censura alguma a essa postura. Trata-se apenas de reconhecer que o estudante sério não possui obrigação de seguir esse ritmo. A vida intelectual não se mede pela frequência das reações, mas pela profundidade dos juízos.

A formação clássica nunca confundiu velocidade com lucidez.

O espírito filosófico floresce quando a alma cria espaço para olhar o fenômeno sem ansiedade. Surge então a possibilidade de discernir o essencial do ruidoso.

Em vez de multiplicar juízos, o estudante aprende a cultivar presença firme diante dos acontecimentos. A opinião filosófica só adquire valor quando emerge desse terreno silencioso.

Este artigo convida o leitor a perceber por que não há sabedoria na pressa de julgar.

Renunciar à compulsão opinativa não empobrece a vida intelectual. Pelo contrário, fortalece a razão e devolve ao pensamento sua dignidade mais alta, que é a busca paciente pela verdade.

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